Pela janela do trem
uma senhora com idade avançada, que fazia moradia nas ruas desertas de uma estação.
Deixava o pensamento às pistas de uma vida marcada por infelicidades.
A
estação em que dormia, era um lugar frio de afeição. Quimera seria o destino
daquela senhora, que vivera até certa idade dormindo no chão.
Dos rastros que
deixou do olhar triste que cruzou o meu, e da curiosidade e muita inquietação, soube que não poderia amenizar
sua dor.
O que tinha herdado
da vida aquela pobre senhora? Era a
mágoa incessante do roubo do seu único filho, uma doença mental, feridas, um
bauzinho humilde, um cobertor e muito papelão. Não, dor de nunca poder ter o
filho de volta.
Para não tirar a
esperança que a movia. Não quiseram contar a ela que o único filho, no qual
tinha esperança que um dia a encontrasse e a levasse para um aconchego de um
lar, há tempos tirou a própria vida se jogando em frente a um trem que passava
com carvão. Ali bem perto da estação sombria.
Estava sem rumo, sem
perspectiva, o rapaz. Talvez procurasse a mãe.
Foi que ouvi, calei
com um nó.
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