Foto: Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou no âmbito da operação Lava Jato, ao Supremo Tribunal Federal (STF), por crime de organização criminosa, a ex-presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci.
Decisão do procurador atinge à cúpula do Partido dos Trabalhadores, sustentando que os acusados formaram a organização dentro do partido para receber propina desviada da Petrobras e durante as investigações da Operação Lava Jato.
Também foram denunciados a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da parlamentar, e os ex-tesoureiros do PT João Vaccari e Edinho Silva.
A denúncia da PGR, oferecida dentro de inquérito que apura se o PT teria formado uma organização criminosa para desviar dinheiro da Petrobras, foi feita pelo procurador-geral no início da noite desta terça-feira (5).
"Pelo menos desde meados de 2002 até 12 de maio de 2016 , os denunciados, integraram e estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República para cometimento de uma miríade [grande número] de delitos, em especial contra a administração pública em geral", alegou Rodrigo Janot.
Uma indenização também foi cobrada dos oito denunciados, tendo o valor estimado a R$ 6,8 bilhões, dinheiro que segundo a PGR incluí na devolução de valores desviados da Petrobras, atribuídos também aos danos morais e materiais da petrolífera. Caso as oito pessoas denunciadas sejam condenadas, a pena é de 3 a 8 anos de prisão, além de multa.
Defesa Em nota, a defesa do ex-presidente Lula classificou a denúncia da PGR como uma ação política e “sem qualquer fundamento”.
A defesa de João Vaccari disse que a denúncia é “surpreendente” e “totalmente improcedente”. Segundo o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, Vaccari cumpriu seu papel, como então tesoureiro do PT, de solicitar doações legais destinadas ao partido, as quais sempre foram depositadas na conta bancária partidária, com respectivo recibo e a prestação de contas às autoridades competentes, “tudo dentro da lei e com absoluta transparência”.
O advogado de Guido Mantega, Fábio Tofic, disse que causa estranheza que a PGR resolva oferecer denúncia baseada nas palavras de delatores, sem uma verificação mínima, no mesmo dia em que vem à tona a “desfaçatez dos delatores, pela própria PGR”.
Em nota, o ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, afirma que sempre agiu de forma ética e legal e que não tem dúvidas que todos os fatos serão esclarecidos e que a Justiça vai prevalecer.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff informou que ainda não tem um posicionamento sobre o assunto. A defesa de Palocci disse que só vai se manifestar nos autos do processo.
A senadora Gleisi Hoffmann declarou que a denúncia busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores.
*Com: Agência Brasil
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