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Operação "Tesouro Perdido" deflagrada pela PF revela a maior apreensão de dinheiro em espécie da história do Brasil, valor total foi de 51 milhões, atribuído a ex-ministro Geddel


Imagens: PF
A operação deflagrada pela Polícia Federal ontem (5), após dados coletados nas últimas fases da Operação "Cui Bono", (terceira nesta fase e braço da Lava-Jato) que investiga desvios na Caixa Econômica Federal,  revelou a maior quantia em espécie já apreendida na história do Brasil. Foram  mais de 15 horas contabilizando as cifras, com o valor final  vindo  à tona já na madrugada desta quarta-feira (6), num total de: R$ 51.030,866, 40. (cinquenta e um milhões, trinta mil, oitocentos e sessenta e seis reais e quarenta centavos). Sendo: R$ 42.643,500,00 (Quarenta e dois milhões, seiscentos e quarenta e três mil e quinhentos reais) e US$ 2.688, 000,00 (dois milhões, seiscentos e oitenta e oito mil dólares americanos). 

As cifras milionárias em espécie  foram atribuídas ao ex-ministro, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) na terceira fase da operação. O dinheiro vivo   estava escondido  em um apartamento em area nobre de Salvador, no bairro da Graça, acoplados em  oito malas e seis caixas. O imóvel que armazenava todo o dinheiro ficava a 1 km de onde o ex-ministro morava. Geddel  cumpre prisão domiciliar, sem o uso de tornozeleira eletrônica, já que na Bahia, a medida cautelar ainda não foi cumprida.

O ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal  entre 2011 e 2013, durante o governo de Dilma Rousseff. No governo do presidente Michel  Temer, Geddel foi  ministro da Secretaria de Governo, considerado homem forte da cúpula do PMDB com gabinete no Planalto para interlocução na Câmara dos Deputados.


Batizada de "Tesouro Perdido", operação da PF realizada nessa terça-feira (5) é um desdobramento das investigações sobre fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal. Na fotos divulgadas pela polícia, o dinheiro apreendido armazenado em malas e caixas de papelão, precisou de duas camionetes para o transporte até um banco onde foi contabilizado. Foram necessários vários policiais federais, auxiliados ainda com sete máquinas para fechar a conta. Investigações apontaram que ex-ministro teria usado o local como "bunker" para esconder dinheiro. O apartamento já estava sendo monitorado pela justiça. A PF cumpriu um mandado de busca e apreensão o que resultou na revelação da quantia milionária. O dinheiro contabilizado será depositados em conta judicial .

Imagens: PF

“A quem interessa?”
A primeira fase da operação “Cui Bono?” foi deflagrada em julho deste ano, com objetivo de investigar quadrilha que arrecadava propinas na Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013.A expressão em latim significa “a quem interessa?” deixou na época o Planalto em alerta. Ela faz parte do desdobramento da Operação Catilinárias, deflagrada no final de 2015. Na mira desta investigação estava ex-ministro Geddel Vieira Lima, que já foi o articulador político entre o governo de Michel Temer e o Congresso. Também são apontados como integrantes do esquema criminoso: o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos na Operação Lava Jato, e o vice-presidente da instituição financeira pública Fábio Cleto. além de um grupo de empresários. 

Geddel 
O ex-ministro Geddel Vieira Lima teve a prisão decretada em julho. No pedido à Justiça, o Ministério Público Federal afirmou que ele é "um criminoso em série" e que faz dos crimes financeiros e contra a administração pública "sua própria carreira profissional". Pouco tempo no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, o ex-ministro passou a cumprir prisão domiciliar na Bahia, após determinação do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Após a operação de hoje, nem ele e nem a defesa foram encontrados. 

STF homologa delação de Funaro

A terça-feira também foi marcada com a  homologação do Supremo Tribunal Federal (STF), da delação premiada do operador financeiro, Lúcio Funaro, que segue preso. O ministro do Supremo, Edson Fachin, relator da operação Lava-Jato na Corte, validou, mas manteve o conteúdo em segredo de justiça. O acordo de delação foi remetido ao STF, por conter nomes de pessoas com foro privilegiado que pode incluir o presidente Michel Temer. O acordo entre Funaro e a Procuradoria Geral da República foi assinado no mês passado. Ele é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como operador de propinas do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no ano passado. A validação jurídica, possibilita abertura de novas investigações tendo como base os fatos revelados pelo doleiro.









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